quinta-feira, 22 de abril de 2010

A diferença

Eu tenho família. Eu tenho amigos. Eu tenho conhecidos.

E eu também tenho sentimentos.

E custa-me tanto pensar na intersecção dos sentimentos com qualquer uma das categorias, que sou capaz de fritar o cérebro.
Afinal, não são só os meus sentimentos que contam, as outras pessoas (por muito que às vezes custe acreditar) também os têm.
E por ainda mais incrivel que pareça, é tão déficil passar de conhecidos a amigos mas tão, tão fácil passar de amigos a conhecidos.

Porque, afinal de contas, uma pessoa é uma pessoa, uma rapariga é uma rapariga, um rapaz é um rapaz. Mas os seres humanos são mesmo aqueles que por uma pessoa são capazes de magoar as outras.

Mais uma vez eu fui capaz de me aperceber que não estava no fundo da fossa. Veio algo mais que me deu um soco e me mandou mais lá para baixo. E no fim ainda se riem de mim, os ecos hediondos a ressoar na mente...

Eu sei aceitar as coisas, sei ver que há mudança, sei ver que existe o tão chamado "moving on". O pior, pior é ver as mesmas acções, ouvir as mesmas linhas de frase, os mesmos nomes simpáticos e amorosos, os mesmos gestos... Que raio de pessoa gosta tanto de ti que é capaz de te magoar só por uma banalidade? Por capricho, por desejo?
Exactamente o tipo de pessoa que tu colocarias na categoria de amigos. Mais, naquele patamar em que a admiras, a adoras e é das melhores pessoas que já aconteceu.

Nem ódio dá para sentir, alguém tão importante para nós assim...

O pior é que nas paredes do (supostamente, outra vez) fundo do poço está lá gravado aquela terrível vontade de perdoar, aquela terrivel capacidade de aceitar tudo e todos. E sei que é exactamente por isso que não consigo sair de lá, já nem o sol vejo, é tão alto... Tão alto... Vê-se a noite e o dia também é noite.

Como se costuma dizer "mais uma moedinha, mais uma voltinha"...