quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Before Sunrise

Acabei de ver o filme "Before Sunrise" e estou num momento feliz.
E quero partilhar o poema do filme:

"Daydream, delusion, limousine, eyelash
Oh baby with your pretty face
Drop a tear in my wineglass
Look at those big eyes
See what you mean to me
Sweet-cakes and milkshakes
I'm delusion angel
I'm fantasy parade
I want you to know what I think
Don't want you to guess anymore
You have no idea where I came from
We have no idea where we're going
Latched in life
Like branches in a river
Flowing downstream
Caught in the current
I'll carry you
You'll carry me
That's how it could be
Don't you know me?
Don't you know me by now?"

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Então hoje sou a favor

Coisas nas quais consigo pensar neste momento e que me fazem sorrir:
. O sol ameno com uma aragem a passar
. A areia fininha debaixo dos pés
. O mar com ou sem ondas
. O Hot Fuzz
. Paredes de Coura 2010
. Aquele rapaz negro de Paredes de Coura!!
. Os detalhes de certas pessoas
. Um gelado
. O meio da praça da república com pessoas e um gelado
. As súbitas vontades de me rebolar em qualquer parte
. As cambalhotas espontâneas
. A Lídia a chamar-me Ofélia, Arménia e outros que tais
. A fotografia da Patrícia no sw
. Fotografias de Paredes de Coura 2010
. O André Costa e a sua paciência para me ensinar a tocar guitarra
. O André Lages com o cu espetado "make some room for ma fanny!"
. Quando acordo de manhã e a minha mãe me 'obriga' a sentar no colo dela e a receber miminhos
. Um copo de água bem fresquinho
. A praia fluvial e os saltos lá do cimo da pedra
. Quando, sem querer, o meu colar cheio de guizinhos faz barulho em situações menos apropriadas
. Filmes até às tantas
. Conversas sem sentido que releio vezes sem conta
. A minha irmã pequena a falar para o espelho
. a minha sobrinha a babar-me com beijinhos
. Os patos do rio mondego que nunca se calam
. A relva, a relva!
. O facto de o mundo estar cheio de cores
. A Natureza de Coimbra
. O Jardim Botânico
. O Departamento de matemática, o de Zoologia e um pouquinho o de Botânica
. O riso alto das pessoas quando digo algo muito idiota
. As minhas pulseiras
. Todas as marcas que tenho por ter estado em moches ou por simplesmente ser um desastre e cair
. A minha mãe e o seu carinho infinito
. Quando recebo uma mensagem de alguém que não estou à espera
. Quando nos armamos em machalhões e vamos tomar café e acabamos sempre por ter um momento maricas
. As atitudes das pessoas que me inspiram
. A cor simples dos olhos de uma pessoa
. A cor complexa
. Fazer bolos e crepes com gelado e muffins e brigadeiros e outras coisas às quais não sei dar nome
. Ter dinheiro para, num dia muito quente, pedir um fino
. As histórias que se contam "lembraste..."
. Ver fotos de quando eu e as minhas irmãs eramos crianças
. Lembrar-me da infância e das brincadeiras de rua
. O meu pai e o facto de qualquer tema de conversa ser sempre puxado ao máximo
. Comida caseira e, quando é preciso, enlatada
. Pizzaaaaaaas!!!
. McDonalds e o facto de ser viciante e ter anuncios de abrir o apetite
. Ler um livro na varanda com um chapéu de palha
. Chegar a casa e ainda ter algo para fazer
.
.
.
.
.
. O facto de eu ainda conseguir sorrir
. Todas as coisas que contribuem para o meu sorriso

quinta-feira, 22 de abril de 2010

A diferença

Eu tenho família. Eu tenho amigos. Eu tenho conhecidos.

E eu também tenho sentimentos.

E custa-me tanto pensar na intersecção dos sentimentos com qualquer uma das categorias, que sou capaz de fritar o cérebro.
Afinal, não são só os meus sentimentos que contam, as outras pessoas (por muito que às vezes custe acreditar) também os têm.
E por ainda mais incrivel que pareça, é tão déficil passar de conhecidos a amigos mas tão, tão fácil passar de amigos a conhecidos.

Porque, afinal de contas, uma pessoa é uma pessoa, uma rapariga é uma rapariga, um rapaz é um rapaz. Mas os seres humanos são mesmo aqueles que por uma pessoa são capazes de magoar as outras.

Mais uma vez eu fui capaz de me aperceber que não estava no fundo da fossa. Veio algo mais que me deu um soco e me mandou mais lá para baixo. E no fim ainda se riem de mim, os ecos hediondos a ressoar na mente...

Eu sei aceitar as coisas, sei ver que há mudança, sei ver que existe o tão chamado "moving on". O pior, pior é ver as mesmas acções, ouvir as mesmas linhas de frase, os mesmos nomes simpáticos e amorosos, os mesmos gestos... Que raio de pessoa gosta tanto de ti que é capaz de te magoar só por uma banalidade? Por capricho, por desejo?
Exactamente o tipo de pessoa que tu colocarias na categoria de amigos. Mais, naquele patamar em que a admiras, a adoras e é das melhores pessoas que já aconteceu.

Nem ódio dá para sentir, alguém tão importante para nós assim...

O pior é que nas paredes do (supostamente, outra vez) fundo do poço está lá gravado aquela terrível vontade de perdoar, aquela terrivel capacidade de aceitar tudo e todos. E sei que é exactamente por isso que não consigo sair de lá, já nem o sol vejo, é tão alto... Tão alto... Vê-se a noite e o dia também é noite.

Como se costuma dizer "mais uma moedinha, mais uma voltinha"...

sexta-feira, 26 de março de 2010

Música e Pensamentos

Peguei em mim e fui para o sol.
Aquele sol tímido de primavera que espreita por entre as nuvens.

A melhor hipótese pareceu-me o parque verde. Fui eu e a minha mente.
Estava completamente cheio de famílias, aquelas com a sua estupida felicidade resplandescente na face, nos sorrisos. Pais a tentarem ensinar aos filhos que o escorrega serve para descer e não subir. Filas para os gelados, carrinhos, gritos, choros...
Entretanto, algo que parecia vir de dentro de mim, uma música de saxofone, lento e choroso. Um senhor dentado nos degraus das escadas a tocar, a entrar-me na alma, a fazer-me fugir da falsidade aos montes.

Naquele momento só quis deixar a vida drenar-se completamente do corpo.

Então tudo aquilo me fez pensar, me fez desejar. Quero aprender a andar descalça, quero aprender a comer silvestre, quero aprender a dormir com a luz do dia.
Quero aprender a ser selvagem.

segunda-feira, 15 de março de 2010

A primeira viagem



Peguei no volante e guiei. Foi a viagem mais longa que fiz a guiar.
Senti que me afastava dos prédios, das pessoas, dos lugares comuns e de mais um dia entediante. Só queria mesmo era sentir-me na alma da Natureza, sentir que havia pelo menos algum sítio onde eu me sentia bem.
Saí para a praia, a praia onde felizmente não estava ninguém, onde pude ao fim de mais de um ano sentir os pés na areia, no mar. Sentir que as coisas naturais me tocavam.
Como precisava de me sentir mais além, tirei do bolso algo que me poderia levar para outros lados, para o céu, quem sabe? Pelo menos para longe das memórias que não queria ter (que inevitavelmente fizeram a sua visitinha do costume).
Saboreei.
Pela primeira vez ao fim de imenso tempo (já lhe perdi a conta) consegui estar sozinha e confortável, consegui pisar azul ou branco sem olhar, consegui sentar-me à beira mar sem me importar se estava frio.

Ao fim de algumas horas voltei para a viagem, desta vez já menos na lua, voltei à cidade.

Esta foi a primeira viagem de muitas que espero fazer, tantas até não ser preciso eu regressar.

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Mr, B

Hoje vou contar uma história. Sobre o Mr. B.

A primeira impressão que tive ao olhá-lo pela primeira vez foi de que tinha um ar simpático e bem disposto.
Achei-lhe piada.
Com o passar dos dias (bastante poucos dias) e com a interacção de amigos fomos falando mais e fui reparando em pormenores. A maneira como falava, o cabelo, a fisionomia, os olhos com uma cor constante e linda, o narizinho engraçado e, o que mais me fascinou, as coisas de que falava.
Não, Mr. B não era uma pessoa normal.
Conseguia manter conversas e falava de coisas que eu gostava. Coisas que eu gostava e nem sabia. Acima de tudo não tinha medo de falar de coisas que podiam ser parvas, não me julgava por ter conversas pouco femininas, ria-se comigo. Tinha um sorriso tão bonito com aqueles dentes tão alinhados.
Lembro-me de um episódio engraçado sobre Mr. B: um dia apareceu com uma ferida na mão e quando lhe perguntei como a fizera respondeu-me que não se lembrava. Ao princípio achei tão idiota... Como seria possível não se lembrar? Estava em sangue, ele não cuidara sequer dela. Pode não fazer sentido, mas uma personalidade brilhante começu a formar-se na minha mente em relação a Mr. B.
Com o passar de mais alguns dias fui começando a descobrir mais, a desenhá-lo na minha cabeça: ia a pé para casa à hora do almoço porque achava que não valia a pena gastar dinheiro em autocarros, sabia tocar quase tudo (quem sabe tudo?), gostava de poesia, tinha piadas parvas mas com piada, era teimoso a um ponto adorável, gostava de "comandar". Sim, isto fascinou-me um pouco, era insistente e ao mesmo tempo conseguia sempre que lhe dissesse que sim... Parecia-me tão provocador o sorrisinho que ele punha para me pedir por favor e isso ao mesmo tempo era sexy.
As coisas desenvolveram-se, fui flutuando na realidade, às vezes nem sabia se estava a sonhar. Era tão querida a maneira como ele me dizia que às vezes as coisas não tinham piada sem mim, como odiava magoar-me e o medo que tinha de me perder. Quando fazia asneiras ficava com um olhar tão triste e eu só pensava para mim mesma como seria possível existir alguém tã bonito, amável e sincero ao mesmo tempo...

Redifinimos todas as definições possíveis.

Ao fim de meses uma sensação estranha começou a penetrar o paraíso. Como um alerta de karma, chegou o caos.
Vi Mr. B transformar-se. Tão lentamente que era assuatador e dizia repetidamente para mim mesma que não era verdade. Que eu estava a ser demasiado feminina e teria de expulsar a paranóia da minha cabeça.
Até que chegou o dia que eu já esperava (esperando que não viesse nunca) à tanto tempo. O furacão entrou no nosso mundo sem dó nem piedade. As desconfianças, as palavras que magoavam, o lavar da roupa suja...
Não havia solução, foi bem visivel desde a primeira lágrima que soltei.

Mas eu não queria desistir de Mr. B. Ele era O Mr. B. E o Mr. B mais uma vez voltou a ser a criatura adorável que não quis perder de todo as coisas, continuei a ser a única pessoa que podia entrar no mundinho dele e eu via nisso uma chama. Aguentei com toda a dor engolida, com cada lágrima entupida, com sorrisos para que Mr. B não abandonasse definitivamente a minha vida.

E com todo este sofrimento esqueci-me completamente de que ele estava a mudar. De como o seu olhar já não era tão meigo, a cor dos olhos já não era tão constante e às vezes escurecia. Como se foi apagando todo o brilho inicial (início que se prolongou durante tantos dias incontáveis) da sua pessoa. Como ele estava a ficar... Normal. Mas eu não queria ver isso. Não, eu não queria ver que Mr. B estava cada vez mais influenciável, que tudo aquilo que me tinha cativado nele estava a desaparecer só para que ele se pudesse encaixar no mundo banal. Como de repente eu já não era suficiente para ele estar feliz.

Continuei a lutar e a aguentar. Guardava toda a dor do dia num canto e despejava-a à noite, às escuras, quando tinha a certeza de que ninguém podia ver.

De vez em quando Mr. B conseguia voltar a si, conseguia ser ele e eu voltava a ver aquele sorriso perfeito, aquele olhar tornurento. Os abraços apertados e sentidos...

Escasso.

Cada vez mais escasso.

Até que se escapou. Mr. B perdeu-se para sempre sem eu saber para onde ele tinha ido. A única coisa que ainda tenho real em mim de Mr. B é a culpa. A culpa por ter permitido que deixasse de me falar, que deixasse de se importar sequer com a nossa amizade. Por ter deixado de ter a mínima importancia para ele e deixasse sequer de existir na sua mente, nos seus pensamentos. Agora Mr. B é uma memória, tão longínqua que já não a consigo localizar. E eu não sou mais, nem mesmo, o presente de Mr. B.

Já não preciso de esperar até ao anoitecer, porque já não posso sequer tentar ser simpática.

Fugidio, olhar por cima da cabeça ou para o chão, a não fazer conversa, a fazer-me sentir um nojo e que afinal sou uma idiota e o meu mundo é tão ou mais idiota que eu. E ainda bem que Mr. B se apercebeu disso a tempo e enterrou o "idiota" mundo dele para sempre.

E assim deixo o meu último contacto com ele e parte de mim continuará no sótão à espera do dia em que Mr. B volte a dizer "Ey, tu importas."

Mr. B, estou sinceramente mais do que feliz por saber que tens o que querias ter.

(Last post by Dan)

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Obrigada e Desculpa

(olha que palavras inerentes, hein?!)

Eu gosto de chamar as coisas pelos seus nomes.

Eu tenho uma mãe e chamo-a de 'mãe'.
Tenho um pai que chamo de 'pai'.
À irmã Maria chamo 'Maria'. À irmã Ana chamo 'Ana'. Se eu tivesse apenas uma irmã chamá-la-ia de 'irmã'.

Os carros são carros, a água é água, as bolachas dão-se pelo nome de bolachas.
Para tudo há uma palavra e é por ela que se deve chamar.
Ajuda diz-se ajuda e medo diz-se medo. Caos diz-se caos.
Amigo diz-se amigo.

Dei por mim a pensar 'que nome terei eu?'. Amiga? Daniela? Dan? Niela? Coisa? Pessoa? Conhecida? Horrível? Egoísta? Maricas? Porca?
Que nome será adequado para mim?
Ao longo da vida (sabendo-a efémera, e, no entanto, tentado torná-la mais cheia) fui criando alteregos. As sementes que plantei cresceram em raízes tão poderosas que neste momento me é difícil definir-me.
Já tentei ser Wingiel, mas já não sou capaz de não sentir.
Tentei Siva, mas a frieza desapareceu.
Kairi? Os tempos emq eu era capaz de mentir...

Oq aconteceu então às minhas defesas? Porque me tornei em alguém que não conheço? Frágil, capaz de chorar, capaz de sorrir com momentos banais do dia a dia. Mais!, esses momentos, que anteriormente seriam rotulados de inúteis, são agora aquilo por que anseio. Algo que me faça sorrir! Tornei-me assim tão podre? Capaz de lutar, querer, desejar?
Não posso acreditar que foi nisto que me tornei... Naquilo que toda a minha vida repeti para mim mesma que não ia acontecer. Não se ia entranhar em mim. Já passeia nas veias e é como um veneno, espalha-se lentamente, consome-me por dentro e, pior que tudo, por fora. Faz-me sorrir, sentir... Sentir.
Cedi lentamente aos caprichos interiores, fui deixando morrer à fome as defesas, as barreiras. Desmoronaram-se e não resta muito delas. Haverá um antidoto?

Foi-me feita uma lavagem cerebral e aquilo pelo qual lutei, esmoreceu.
Quando antes eu me convencia que só continua comigo quem quer, agora esforço-me para continuar comigo quem eu quero.
Quando antes eu era capaz de desprezar o ser mais carinhoso, agora esforço-me por não magoar.
...

Esforço?
Então porque não sou simplesmente capaz de usar esse poder e deixar tudo para trás? Voltar a ser quem era, sem dor, sem sofrimento, Wingiel ou Siva, ou quem sabe todas elas juntas.

Eu nem tenho um nome agora.

Sou um ser humano. Igual aos outros milhões de seres humanos.
Que triste, que fraca.

E não ignorando o título: Desculpa e Obrigada. Porque quando pedimos desculpa por alguma coisa é porque reconhecemos que a outra pessoa nos ajudou. E entra sorrateiramente o Obrigada.
Curiosamente duas das palavras mais difíceis de dizer, curiosamente asq mais tenho repetido nos últimos tempos.

sábado, 2 de janeiro de 2010

Orgulho

Orgulho, porquê orgulho?
Este é um post sobre quase tudo aquilo e aqueles por que ou quem tenho orgulho.

Desenterrando uma memória:
Estou debruçada na varanda de uma casinha acolhedora, olho para a frente e é agradável sentir-me rodeada de árvores. Apesar da chuva, sabe bem. Acabámos de entrar em 2010, são os primeiros minutos. Já abracei todos, já comi as passas e desejei o que tinha a desejar. Estava ali porque me tinha assomado uma súbita vontade de estar sozinha.
Então começo a pensar o porquê. Numa questão de poucos minutos fiz uma retroespectiva de 2009, como aliás alguém, poucos minutos antes me pedira para fazer. Comecei a pensar o quão bem possa ter começado este ano. Mas o quão mal acabou por correr. A quantidade de cadeiras que deixei para trás, os desgostos amorosos, os problemas familiares... Sem dar por ela, as lágrimas caem-me cara abaixo.
Então aparece a Vanessa e abraça-me e diz que eu tenho que ser feliz. Aparece o Artur de seguida e dá-me um beijo amigável na cara, dizem que me adoram. Levam-me para dentro e o Pratas e a Márcia abraçam-me e fazem um ar preocupado.
O André Costa abraça-me e passa-me a mão nas costas e a Ana faz-me festinhas no cabelo. O Luís faz aquela cara de preocupado e dirijo-me ao André Lages timidamente enquanto ele me pergunta "Então miúda?". Abracei-o e disse-lhe que nem era preciso repetir o que já lhe dissera antes.
No fim disto tudo começo a aperceber-me. Começa a não caber em mim o sentimento de orgulho que tenho nos meus amigos, o quanto eu os adoro e eles me adoram.
A parte mais importante de 2009, sem dúvida de 2010 e de todos os anos que se seguirão serão eles.

Não há maneira possivel de descrever o quão grata vos estou.

Bom ano, bros!*