segunda-feira, 15 de março de 2010

A primeira viagem



Peguei no volante e guiei. Foi a viagem mais longa que fiz a guiar.
Senti que me afastava dos prédios, das pessoas, dos lugares comuns e de mais um dia entediante. Só queria mesmo era sentir-me na alma da Natureza, sentir que havia pelo menos algum sítio onde eu me sentia bem.
Saí para a praia, a praia onde felizmente não estava ninguém, onde pude ao fim de mais de um ano sentir os pés na areia, no mar. Sentir que as coisas naturais me tocavam.
Como precisava de me sentir mais além, tirei do bolso algo que me poderia levar para outros lados, para o céu, quem sabe? Pelo menos para longe das memórias que não queria ter (que inevitavelmente fizeram a sua visitinha do costume).
Saboreei.
Pela primeira vez ao fim de imenso tempo (já lhe perdi a conta) consegui estar sozinha e confortável, consegui pisar azul ou branco sem olhar, consegui sentar-me à beira mar sem me importar se estava frio.

Ao fim de algumas horas voltei para a viagem, desta vez já menos na lua, voltei à cidade.

Esta foi a primeira viagem de muitas que espero fazer, tantas até não ser preciso eu regressar.

2 comentários:

  1. O mais provável é este comentário não te ajudar em nada, mas foda-se, os teus textos estão cada vez melhores. Por isso, e com todo o meu tacto e sensibilidade (só comparados a um elefante numa loja de cristais), tenho a dizer que por muitos dark sides que a tua vida possa ter neste momento um dos grandes pontos positivos é escreveres textos absolutamente envolventes.

    Boa sorte nas próximas viagens à praia. Gosto muito de praia no verão mas não há nada como uma praia deserta só pra nós.

    *

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  2. A reconstrução é algo fascinante de se ver ... né? :)

    PS: ganbatte menina, ganbatte ^^

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