segunda-feira, 8 de junho de 2009

O mau presságio

Há certas coisas que nos causam arrepios, que nos fazem sentir mal, não querer seguir um certo trilho. Há certas lembranças que nos fazem parar num certo momento e o nosso cérebro trabalha muito rápido, nós não nos apercebemos, mas provavelmente ele "reviveu" metade da nossa vida em segundos, tempo suficiente para nos apercebermos que devemos seguir o outro caminho. O outro lado. Há sempre "uma outra" escolha. Essa não, aquela. Essa faz pior, mas esta sabe melhor.
Quando é que realmente nos apercebemos os triliões de caminhos diferentes que as nossas vidas podiam ter tomado?

Sinceramente, não quero saber. Cérebro, eu requesito uma pausa.

Eu quero andar. Como os bebés, um passo de cada vez, com calma, eu vou lá por intuição. É só poisar um pé no chão, depois o outro e depois o outro.
Agora aumenta a dificuldade. Vem o andar mais rápido, o beber um copo de água, comer uma bolacha, correr, sair para a rua, aprender coisas novas, de que cor é o sol de novo? Amarelo. Segue em frente, já consegues saltar, dançar, abraçar, falar fluentemente; já consegues perceber os outros, jogar, ver filmes. E por fim, o mais difícil de todos, sorrir.
Sorrir é algo que eu desconfio que não aprendemos com ninguém, que já vem programado conosco à nascença. É a primeira coisa que um pequeno ser consegue fazer, sorrir e rir. Desde sempre. A nossa raça está desenhada para isso: ser feliz.
Encontrar a felicidade no mais recondito dos cantos, procurá-la por mais escondida que ela esteja, sempre mais e mais e mais, até rebentarmos e os outros rebentarem conosco.

Hoje sou pequenina, sou o novo eu e, no entanto, a mesma. Nasci de novo, novas aprendizagens estão incutidas em mim, eu sei o que fui e o que tenho de ser. E, acima de tudo, não esquecer, os outros são o centro da felicidade, só no meio deles consigo.

Ver, ouvir, falar.
Obrigada milhentas pessoas que passaram pela minha vida, obrigada a umas imensas que ficaram para trás e me ensinaram que nada é eterno, obrigada às que me fizeram escolher um caminho diferente e, muito mais que isso, obrigada às que ainda vejo todos os dias. Pelo menos mais um dia.

Hoje vou ser feliz. Não vou ligar à maldade que vem associada à solidão, não vou ligar ao mau presságio que eu cheiro a rondar-me. Não vou lembar-me disso por agora. Hoje não vou deixar que a noite me assuste, vou encher o peito e berrar-lhe "EU NÃO TENHO MEDO DE TI."

Porque eu sou eu, e o que de mais forte há em mim é a experiência.

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